“BODE É QUE NEM GENTE, É QUE NEM TERRA CANSADA”
Ariane Vasques Zambrini
Mestranda em Antropologia Social, UFSCar
As fotografias escolhidas para este ensaio são parte do material coletado em trabalho de campo realizado entre os meses de fevereiro e maio de 2014, em Floresta, município do sertão de Pernambuco. A região da zona rural onde a pesquisa foi desenvolvida tem numerosos criatórios de cabras e bodes, nos quais as famílias criam os animais na solta; o laboro são as práticas, técnicas e procedimentos envolvidos neste modo de criação. Assim, o manejo diário permite ao criador estabelecer laços com os animais, reconhecê-los por sua qualidade, que são suas cores, suas formas, características físicas que o diferenciam de todos os outros, como o desenho de suas manchas no pelo, o formato de sua ponta (chifres) e, extrapolando as características fenotípicas, suas manias e o jeito de cada cabra ou bode. Nessa relação é possível apreender a natureza da cabra, ou seja, se ela é desamorosa ou amorosa, mansa ou braba. Portanto, a seleção das fotografias aqui expostas tem o intuito de evidenciar estas relações que são constituídas entre cabras, bodes, criadores e caatinga.




