GTs: Aprovados

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GT 1: Teoria antropológica e escrita etnográfica: Desafios teórico-metodológicos na elaboração de etnografias
Coordenadores: Profª Drª Catarina Morawska Vianna [UFSCar], Drª Karina Biondi [UFSCar] e Prof° Dr. Jorge M. Villela [UFSCar]
Resumo: Este grupo de trabalho pretende reunir pesquisadores de graduação ou pós-graduação das mais variadas áreas dentro da antropologia social que desejem discutir os desafios teórico-metodológicos enfrentados na elaboração de suas etnografias. Espera-se não a apresentação de trabalhos finalizados, mas que se encontrem em busca de estratégias para a escrita etnográfica diante de problemas específicos colocados pelo campo. O objetivo, assim, não é pensar soluções a problemas gerais de métodos, mas discutir possibilidades caso a caso. O grupo privilegiará abordagens que de qualquer forma coloquem em discussão o uso de certas ferramentas, noções e conceitos analíticos disponíveis nas ciências sociais a partir de categorias nativas. Encoraja-se também tentativas de experimentações com materiais etnográficos e bibliográficos de modo a operar torções de perspectiva, descrições inesperadas, contrastes de lógicas ou a preterição de determinadas dimensões a favor de outras menos frequentes em áreas específicas da antropologia. Este grupo de trabalho é um esforço conjunto de dois grupos de pesquisa do PPGAS/UFSCar: Hybris (Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Relações de Poder, Conflitos, Socialidades), existente desde 2007, e Laboratório de Experimentações Etnográficas, formado em 2013 e em processo de registro no Cnpq.

GT 2: Parentesco, família e relacionalidade
Coordenador: Profº Dr. Igor José Macho Renó [UFSCar]/ Bruna Potechi [Doutoranda PPGAS-UFSCar]
Resumo: Esse GT pretende reunir trabalhos que lidem com universos de relações que nos acostumamos a chamar de “parentesco” e ainda outras relações que ultrapassam o senso comum antropológico sobre essa temática. A partir de uma perspectiva ampla e flexível, pretendemos pensar sobre relações que criam, nas palavras de Sahlins, “mutualidades do ser”. Interpretamos essa postura como a possibilidade de considerar diversos fenômenos como parte do parentesco: comensalidade, reencarnação, co-residência, memórias partilhadas, trabalhar junto, adoção, amizades, sofrimentos compartilhados e etc. Etnografias sobre esses temas, bem como os mais tradicionais serão bem-vindas para a discussão que propomos.

GT 3: Símbolos e sujeitos: diálogos antropológicos sobre as interações entre humanos e animais
Coordenadores: Profº Dr. Felipe Vander Velden [UFSCar] / Profº Dr. Piero Leirner [UFSCar]
Resumo: O interesse nas relações entre humanos e animais acompanha a investigação antropológica desde seus primórdios, e se constitui como tema clássico da disciplina. Talvez porque os animais estejam em toda parte, partilhando conosco os mais recônditos espaços cotidianos, ocupando posição central em nossas existências e figurando nas mais diversas esferas da vida social, seja na economia, no ritual, na religião, na saúde, na política, na guerra, no esporte ou, enfim, na própria sobrevivência, e além dela. Lévi-Strauss estava, sem dúvida, correto, quando afirmou que os animais são bons para pensar; mas são, disse o autor, antes de tudo, bons para pensar; o que significa que os animais são, também, bons para muitas outras coisas, como vários autores já argumentaram: bons para comer, bons para proibir, bons para nos acompanhar, pensamos em comer e comemos pensando, e daí em diante.
Duas perspectivas, a nosso ver não mutuamente excludentes, dominam as discussões antropológicas contemporâneas a respeito dos nexos entre humanos e animais. A primeira, já amplamente consagrada, aborda os animais como símbolos, como objetos – mas objetos de um tipo muito particular – por meio dos quais as sociedades humanas elaboram ideias, valores, discursos e opiniões a respeito de variados tópicos: gênero, nação, raça, parentesco, moralidade, hierarquia. A segunda, que aparece mais recentemente como uma crítica à primeira – embora não a invalide –, toma os animais comosujeitos, seres coconstitutivos, em suas relações, das coletividades humanas e co-partícipes da vida social. Em parte, é notório que talvez essa divisão acompanhe duas perspectivas, uma, digamos, ocidental-capitalista (ou mesmo projetiva desta sociedade em relação a outras), na qual artefatos (e até humanos) se tornam objetos; e outra, digamos, relativa a vários mundos indígenas (ou mesmo projetivas desses em relação às nossas sociedades), em que artefatos (e certos objetos) operam como humanos. De certa maneira, o que percebemos, e queremos levar adiante como proposta, é que as relações humanos-animais podem borrar essa dicotomia: (alguns) animais podem ser tomados na faixa humana, ou como problemas para esta, nas nossas sociedades; e (alguns) podem ser simples objetos naqueles mundos indígenas.
Sendo assim, este Grupo de Trabalho pretende ser espaço de debate e de reflexão para pesquisadores interessados na amplitude das interações entre humanos e animais como símbolos e/ou como sujeitos, ou simplesmente como elementos que podem nos fazer escapar deste dualismo. Espera-se, deste modo, a reunião de pesquisadores que interroguem as múltiplas formas de engajamento prático e de elaboração simbólica e intelectual com/dos/sobre animais, nos mais distintos contextos e provenientes de diferentes subáreas da Antropologia, tais como a Etnologia, a Antropologia do direito, da política e do Estado, a Antropologia da alimentação, a Antropologia dos objetos e da técnica, a Antropologia econômica e da ciência, e assim por diante.

GT 4: Estudos Etnológicos
Coordenador: Profª Drª Clarice Cohn [UFSCar] /Prof. Dr. Edmundo Peggion [UNESP/FCLAr & PPGAS/UFSCar]
Resumo: O debate contemporâneo colocou novas perspectivas para temas considerados clássicos na etnologia indígena. Noções como corpo, tempo, espaço e a oposição entre natureza e cultura estão em processo de releitura à luz das etnografias recentes. Além disso, foi preciso que se reconsiderasse as relações entre os povos indígenas e a sociedade nacional por uma nova ótica, na qual os processos próprios de entendimento entraram em relação com o pensamento antropológico. O movimento indígena, por sua vez, vive um momento de luta no qual, para além de novas conquistas, tem buscado garantir direitos adquiridos. Suas ações contam, hoje, com a presença fundamental dos intelectuais indígenas, jovens estudantes que estão contribuindo para a presença indígena no cenário político de maneira decisiva. Tendo o horizonte acima referido, o GT Etnologia Indígena espera apresentações de pesquisas concluídas e em andamento que contribuam com a discussão.

GT 5: Antropologia e Estudos de Gênero: buscando inter-relações
Coordenadores: Dr. Wagner Xavier de Camargo [UFSCar] / Prof° Dr. Gabriel Pugliese Cardoso [USP]
Resumo: Este Grupo de Trabalho pretende desenvolver com alunos e alunas, futuros/as cientistas sociais, tópicos temáticos importantes que interseccionem as áreas de Estudos de Gênero e da Antropologia. Sabe-se que há uma crescente demanda por problemáticas que inserem os debates de gênero nas Ciências Humanas e na disciplina Antropologia não é exceção. Nosso proposta se apropriará de discussões antropológicas acerca do sistema sexo/gênero e da sexualidade, desenvolvidas ao longo dos últimos anos por antropólogos e antropólogas, e proporá revisões acerca de conceitos/noções de sociedade, natureza, cultura, identidade, alteridade, poder, violência, e de outras interseccionalidades, como raça, classe social, sexualidades, erotismo, diante de tal perspectiva. Além disso, este GT abrirá espaço para pensar/repensar a escrita antropológica permeada pelas dimensões do gênero, do feminismo, da literatura e da ficção. Pretendemos reunir trabalhos situados nos campos acima citados, os quais se apresentem como fontes de reflexão para a problematização de rótulos, de designações de gênero (feminilidade/masculinidade), de corpos e de hegemonias.

GT 6: Política e Religião
Coordenadoras: Dra. Liliana Lopes Sanjurjo [UFSCar] e Dra. Ana Paula Galdeano (NEU)/CEBRAP)   
Resumo: A proposta deste GT é reunir trabalhos dedicados ao estudo de fenômenos que antropologicamente são concebidos e vividos como “políticos”. A perspectiva antropológica permite analisar a política como algo além de um processo técnico (introdução de procedimentos e métodos eleitorais, a formação de partidos políticos, o Estado), voltando-se à análise das mais diversas formas de ação coletiva, que podem envolver a demanda por objetivos específicos, a justificativa de ações, a reivindicação da autoridade ou a disputa pela autoridade reivindicada por outros, assim como a criação e mobilização de categorias culturais. Ao ampliar o escopo analítico e etnográfico, o objetivo é refletir sobre as contribuições da antropologia para o desenvolvimento de uma análise mais “encantada” da política e seu simbolismo, que considera a dimensão afetiva e existencial da ação humana: emoções, sagrado, religião, moralidades. Serão assim considerados trabalhos que, baseados em investigações etnográficas, discutam as seguintes temáticas: formas de motivação e engajamento na ação coletiva; a construção de modelos e repertórios de ação coletiva; a mobilização de categorias culturais como recursos para a ação coletiva (a categoria vítima, o parentesco, a religião, a identidade/etnicidade); experiências de ativismo associativo, religioso e humanitário; disputas por projetos políticos envolvendo atores ligados a instituições ou grupos concebidos como religiosos. O GT se propõe assim como um espaço de reflexão sobre as transformações das relações entre Estado, campo político e movimentos sociais, bem como sobre os sentidos que assume a política do ponto de vista nativo.